sábado, 8 de fevereiro de 2025

ESTOU DE VOLTA

Ora viva

Para o bem e para o mal estou de volta


A ausência foi longa; muito do que entretanto escrevi, disse e fiz não foi divulgado neste espaço, coisa que lamento.

Por isso hoje recomeço a estar (também) aqui com coisas novas e outras repescadas e aprofundadas. 

Em qualquer caso serão sempre tentativas de partilhar os meus ideais, as minhas convicções, os meus conhecimentos e saberes. Em tudo isso há a bondade, a paciência e tudo o mais que me foi disponibilizado por terceiros ou que eu fui capaz de aprender com eles. Nalguns desses casos estão não apenas instituições entidades ou associações mas também amigos e pessoas que não o são, ou que nem sequer conheço; também está informação recolhida e estudada e, obviamente, obras de arte que nos permitem olhar para dentro e para longe.

Estão - desde o princípio - o meu pai Pompílio e a minha mãe América; a minha família mais chegada e os meus amigos; amigos que (quase sempre) se foram somando, umas vezes estando nós mais próximos, outras vezes nem tanto, conforme o curso das nossas vidas o foi suscitando.

Para quem desconhece - ou conhece menos bem -, alguns aspetos da minha vida aqui deixo um registo (que talvez um dia vá completando e detalhando).



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Nasci ("Cagaréu") em Aveiro, em 1943, e fui viver 14 anos no Forte da Barra, fazendo a Escola Primária na da Gafanha da Cambeia - com uma "Regente Escolar" na 4ª Classe - e na de S. Jacinto - com uma Professora (desta vez a sério) - com quem, repetindo a 4ª e fazendo o Exame de acesso entrei no Liceu. Iniciei, então, o Secundário na José Estevão, em Aveiro, sendo que aí tive de interromper os estudos no (antigo) 5º ano. Inventando um atalho (não despropositado, é verdade), fiz, com sucesso, o exame de acesso à Escola Superior de Belas Artes do Porto. Mas não resultou: aí tive, não apenas de interromper, mas de abandonar os estudos: era preciso que começasse a trabalhar.


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Vivi 8 anos em Ovar. Trabalhei na Câmara Municipal, onde fui o único técnico permanente, e onde o meu chefe - Eng.º Braga da Cruz - me pôs, felizmente, a fazer o pouco que eu sabia e o muito que eu tive de aprender, nomeadamente, a "valorizar a dedicação ao serviço público". 
Trabalhei, também, na Argibetão SA, onde dirigi a construção, a montagem, o arranque e o funcionamento de uma fábrica com 3 turnos e 70 homens. Não foi fácil e esgotou-me. Depois, apesar de recuperado e com bons resultados operacionais, o administrador "Eng.º C.P.", após o 25 de novembro, tentou "meter-me na prateleira": foi feio e mau, mas não resultou.
Paralelamente, e desde que comecei a trabalhar, fazia Topografia, dava aulas de Desenho na Escola Industrial onde, mais tarde, me dispensaram readmitiram e voltaram a dispensar, porque eu não queria coordenar a "Mocidade Portuguesa". 
Entretanto fiz Vela e fui dirigente na Secção Náutica da Associação Desportiva Ovarense. No GAV - Grupo Académico Vareiro, joguei Andebol, dirigi a Secção Cultural e constitui a Secção de Cinema para Crianças (ver *1, abaixo). Por esta altura integrei o Júri do Festival Internacional de Cinema para Crianças de Gijón. O Ciclo de "Conversas", que então promovemos trouxe a Ovar o Ary dos Santos, o Francisco Sá Carneiro, o Fernando Tordo e outros cidadãos de referência, bem como… a PIDE, tal como oportunamente nos foram sendo sinalizados, em sala, por Sá Carneiro. 
Recomecei a estudar em 1976, no 9º ano da Secundária de Espinho.









    


Eng. J. Braga da Cruz | A quem devo o muito que aprendi, profissionalmente, sobre (quase) tudo



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Trabalhei e vivi 10 anos em Lisboa, onde, na Argibetão SA, fui Chefe de Compras e de Gestão de Stocks tendo, ao mesmo tempo concluído o Secundário (e o Propedêutico) na Pedro Nunes. 
Entrei na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. Como Delegado de Turma cooptei o Mário e a Isabel e, com os demais [designadamente, o Filipe, o Charepe, o Nuno, o Paulo, e também a Lurdes] organizámos e nalguns casos financiámos várias Iniciativas. Conferências dos então "proscritos arquitetos de esquerda" - Siza Vieira, Domingos Tavares, Hestnes Ferreira, Luiz Cunha, Justino Morais e Vasco Massapina (p.e). Fizemos Viagens de Estudo, quer a Évora (orientada por Justino Morais) e Beja (orientada por Vasco e Isabel Massapina), quer ao Vêneto (Itália), orientada pelo nosso Prof. Arquiteto Joaquim Braizinha. Acompanhámos, também, a construção do CAM (de Leslie Martin) na FCG. Constituímos, ainda, um "grupo de trabalho" orientado pelo Arq.to Nuno Teotónio Pereira na "investigação tipo-morfológica das Casas de Balcão" na Baixa.
Tudo isto foi, para nós e para Joaquim Braizinha, uma "epopeia" que nos deixou realizados.





 





Prof. Arquiteto J. Braizinha | A quem devo o incentivo à vivência de sonhar arquitetura

Licenciei-me aos 42 anos, como "trabalhador-estudante", com 18 valores e a média de 20 às quatro cadeiras nucleares.
Abri os meus primeiros ateliers (um em Lisboa e outro em Ovar, aos quais juntei, posteriormente, o de Aveiro).


Pai, eu, Mãe

Mãe!

- Eu e o Pai vamos fazer uma coisa grande. 
Vamos realizar um sonho - não o sonho, é bom de ver, já que nesse a gente não toca: é lindo e bom demais para materializações. O que vamos fazer é aquelo no qual eu prometia, a mim mesmo, ser um de nós.

Os três, Mãe, vamos esquecer fomes e outros enxovalhos; vamos fazer de conta que não vimemos quase só e que ninguém nos espreita nem espreito por dentro da cabeço e no coração; cada um, Mãe, vai fazer o seu trabalho: 
- O Pai vai desenhar; eu repetir e tu, cantando, vai romper o silêncio que nos amarra e nos tolhe e nos faz sentir pequenos.

Com força: devagar, palmo a palmo primeiro; metro a metro depois; folgadamente vamos romper o cerco e afirmar - aqui estamos!
Somos poucos, somos três; somos muitos; somos quase tudo.
Dão-se os braços numa cadeia donde emergem as nossas cabeças; as lágrimas brilham - qual mar onde boiam iris de castanhos diversos; as bocas entreabrem-se num sorriso e em baixo, no fim das pernas, um apartados os prés bem firmes retomam a cadeia que acima fizemos; a terra, agora nossa, anseia que a caminhemos: assim fazemos.

Agora, Mãe, vou eu na frente.
Preciso de não ter medo; falo comigo; p´ra dentro de mim (é que, por vezes, ainda sinto o estomago fazendo bola - como agora que tenho de acabar). E a dificuldade, não; mais a indecisão assalta-me e toma-me todo; paro. Fico suspenso esbracejando por sobre o papel; no destino. Sereno...e, calmamente, com determinação retomo o discurso, a escrita e o desenho que vão sendo, em mim, nosso.

Nosso e dos outros, mas connosco.
E que fará, mais água que cristal porque, em ciclo será mais movimento do que paragem;
Mais total de que exclusivo, 
Mais vida do que reflexo.

Pompílio Souto
No Projeto de Fim de Cuso, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1985; Recuperado do conjunto de textos e desenhos, um destes (de capa), datado de 23jul1987 | UA


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Em 1985 regressei a Aveiro, dirigi o GTL - Gabinete Técnico Local de Estarreja, e fui depois admitido (1987) como Docente do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro (UA) na área de Planeamento Urbano.


Amigos e Colegas - referências na minha vida académica, mas não só; faltam muitos e mais anónimos                                                                                           







    





 
                      
                                                          


Com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, na Oxford Brooks University, obtive, em 1990, o grau de "Master of Arts in Urban Design", com prática em Amesterdão (envolvendo a Autarquia).
Nos meus ateliers estagiaram muitos dos meus Alunos e trabalharam, não só colegas de Oxford - Richard Broom e Niel Spenser -, mas também o meu Orientador - Prof. em Oxford e Harvard - Roger Simmons. 
Na UA, Co-Coordenei o "PIN - ERASMUS" - que fazia a permuta de Docentes e de Alunos de Planeamento das Universidades de Bristol, Nijmegen, Hanôver, Tours e Bolonha. Fui, por essa altura, Co-Autor (com os representantes de Bristol e Nijmegen) do Projeto Europeu de Mestrado Europeu em "Urban Design".






Prof. Roger Simmons, Oxford [Brooks University] e Harvard [MIT]
Orientador




Prof. Georgia Butina WatsonOxford [Brooks University]
Diretora do Departamento de Planeamento e UD,, e Coorientadora

Colegas | A quem devo muito, sobre muitas coisas - e que ainda hoje continuamos a praticar (nalguns casos) juntos
Stuart Brown | Silke | Emel | Richard | Niel | Ana | Andy | Pedro | Alice | (...) 


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Em 1996 fui pai. Integrei todas a Associações de Pais e Encarregados de Educação das Escolas do meu filho, dirigindo algumas e tendo promovido um vasto conjunto de Iniciativas (ver *2, abaixo).


 

A família Viera Souto: Pompílio, Maria da Luz, Pompílio

Em 2000 aposentei-me na UA, continuando a prestar serviços pro bono na área de Urban Design.




DOIS DESTAQUES

(*1)
GAV    Cinema para Crianças, e um pouco mais

Comigo nesta Iniciativa estiveram, a Esmeralda e o Américo Augusto, bem como a Emília e a Leonor, aos quais se foram juntando (de 3 em 3 meses) as Crianças Eleitas pelos seus pares em Sessão Plenária na qual os Candidatos apresentavam (e era discutido) o respetivo Programa de Trabalho.


Havia, portanto: a Direção (de 3 adultos e 6 crianças); a Comissão Pedagógica (de Docentes do Básico e Secundário) e as Secções de Jornalismo (o "Flores do GAV"), de Crítica de Cinema, de Artes Plásticas e de Apoiantes. Todas estas Secções eram constituídas por crianças e integravam um elemento da Direção. A Comissão Pedagógica conhecia e dava parecer (à Direção) sobre as atividades em causa e o modo da sua integração nos "programas curriculares" das Escolas e outras entidades com as quais havia acordos de colaboração: o Cineclube do Porto; a Escola Superior de Belas Artes do Porto - Escultura e Pintura; as Embaixadas com Filmografia relevante: Canadá; Bélgica; França, entre outras; a Direção Regional Educação; a C.O. do Festival de Cinema de Gijón. E a Fundação Calouste Gulbenkian que nos cedeu - já com as atividades em curso - Equipamentos e Material Didático.


Realizavam-se 2 Sessões quinzenais - com uma média de 750 participantes (alguns fazendo trajetos a pé de mais de 6 km). Quinzenalmente editávamos o Jornal "Flores do GAV" com o material produzido internamente e nas Escolas; Sempre que oportuno as "temáticas" dos filmes eram tratadas em Sessões de Escultura e Pintura realizadas com apoio de Professores da ESBAP e anualmente realizávamos uma Festa de Fim de Ano, com a Exposição dos Trabalhos (**), o lançamento de Balões e Animação, no essencial conforme o protocolado com as Escolas Básicas e Secundárias de Ovar.


Tudo isto não era bem-visto por alguns e - sobretudo - por algumas "entidades públicas"( a Câmara Municipal e o Governo Civil (já "Marcelista") - apesar do entusiamo suscitado nos envolvidos e em largos estratos da população de Ovar e das Freguesias mais próximas da Cidade.


Uma das Exposições (de fim de ano (**)) foi Inaugurada pelo Ministro Veiga Simão que, convidado pelas Crianças da Direção, contrariou a indicação dada, de forma rude, pelo Presidente da Câmara e pelo Governador Civil, de que "o Senhor Ministro não tem tempo para uma coisa dessas".


Mas o que sobrou foi muito e foi bom...e pacífico, felizmente. O 25 de Abril já nos estava no caminho e nós nem o sabíamos.








09mar68






















(*2) 
APEE    Seminário de Reflexão Prospetiva; Nós e a Escola de Olho Posto no Futuro

Nesta Iniciativa estiveram comigo a Margarida, o Óscar, a Fátima, a Dulce, a Cristina e a Eugénia, bem com os demais Presidentes das dez APEE das Escolas de Aveiro e Ílhavo. Estiveram também os Prof.s Júlio Pedrosa, Augusto Santos Silva, David Justino, Artur da Rosa Pires, Maria Luís Pinto (*), Maria João Valente Rosa (*), Eduardo A. Castro e o Eng. António Oliveira (que só então conheci...), bem como os Diretores dos ditos dez Agrupamentos Escolares e muitos, muitos Pais e alguns Alunos.


No Espaço da Assembleia Municipal de Aveiro, em Sessão Presidida pelo Prof. Jorge Arroteia, as "convidadas" ((*) ver acima) fizeram a apresentação e moderaram o debate da "evolução demográfica do país" e dos desafios que isso levantava à Escola e à Sociedade.


Em Reuniões Gerais dedicadas, os Pais, Encarregados de Educação, Representantes dos Alunos, Alunos e Professores, identificaram quais as (3) "questões" - oportunidades e problemas" - mais importantes da vida na sua Escola. A organização, em função disso, encontrava o(s) Investigador(es) que melhor poderia(m) apoiar o "debate aberto" que se realizaria nessa Escola, focado nas ditas "questões" e na consensualização de "objetivos de trabalho estratégico" a desenvolver.


Em Reunião Geral de Síntese - realizada na Sala de Atos da UA - fez-se, finalmente, a discussão e fixação das "Conclusões do Seminário" e das "Estratégias da sua Implementação". [2014]














Prof. Júlio Pedrosa; um dos importantes apoios tivemos nesta Iniciativa e muitas noutras

Veja aqui o vídeo no YouTube




SÍNTESE
formação e prática iniciais

Desenhador, Topógrafo, Chefe Fabril
Cenógrafo, Cineasta, Artista Plástico

[como Amador premiado (quando jovem a estudar) ou espoliado (quando adulto a trabalhar), no primeiro caso pela Escola e Mocidade Portuguesa e no segundo pela PIDE, que me confiscou uma Exposição de Poesia Ilustrada c/José A.P.Costa, feita no Teatro Aveirense, e um Filme 8mm Premiado no Festival da Queima das Fitas no Porto]

Remador, Andebolista, Velejador
Declamador de Poesia; Animador Cultural; Associativista

[Furriel-Miliciano, de Engenharia: Topografia e Minas e Armadilhas (Caldas da Rainha, Tancos, Santa Margarida, Quartel General do Porto - Coordenador da Implantação, Movimento de Terras e Fundações do Quartel de Bragança] 

Política
MDO - Movimento Democrático de Ovar
[Organização que veio a integrar o MDP/CDE]
Comissão Organizadora III Congresso Oposição Democrática
Secretariado Nacional do MDP/CDE
Candidato à Assembleia Constituinte
[Primeiro da Lista por Aveiro]

Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Ovar (1974/76)
[Vogal e Presidente em Exercício]
[Lançou e coordenou 3 Operações SAAL e a construção de 1 Bairro e 1 Edifício de Habitação a custos controlados - cerca de 200 fogos]

Recebeu, em 2024, a Medalha de Mérito Municipal - Prata, do Município de Ovar

trabalhador-estudante; bolseiro FCG; docente universitário

Arquiteto, pela Universidade Lisboa;  Urban Designer, pela Oxford Brookes University; Docente Universitário, na UA (e noutras).

Fundou (em 2003) e Coordena, desde então, a PLATAFORMAcidades (PLc) - grupo de reflexão e intervenção cívica, com mais de 200 membros no país (ver mais neste Blogue e no YouTube (procurando por "plataforma cidades pompílio souto").

Foi ou é Colunista no Jornal Notícias, Diário de Aveiro; Co-Coordena a "Ágora" (PLc) na Rádio Terra Nova

À data trabalha, ensina e intervém civicamente pro bono


pPS [iC]Blg-f2.01b



quarta-feira, 22 de julho de 2020




Opinião
[texto publicado no Diário de Aveiro no dia 15JUL20]


O Porto de Aveiro e o Resto:
- Que Futuro?

Um Notícia e um Apelo



PLATAFORMAcidades no Diário de Aveiro


Pompílio Souto (*)

Arquiteto; Urban Designer; ex-Docente Universitário






Barra, Porto e Ria de Aveiro e, também o Baixo Vouga Lagunar – Extrato de Imagem retirada do Google Earth [12jul20] [PS]


1.

>Tendo em conta o conteúdo das "primeiras Notas" de Alberto Souto – Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações – sobre o que poderia ser a necessária intervenção na Barra e Porto de Aveiro;
>Considerando o que nos havia sido declarado pelo Ministro João Pedro Matos Fernandes – Ministro do Ambiente e Transição Energética –, quanto à concretização do Plano de Intervenção aprovado para a Ria e Baixo Vouga Lagunar,
>Concluímos que seria importante ouvir o que, a tal propósito, eram as necessidades e as ambições dos mais relevantes interessados nesses casos e temas e, numa segunda fase, juntá-los com o objetivo de encontrar os objetivos estratégicos que poderiam unir-nos em benefício da Cidade-região e do país.

2.

Os pontos de vista e ambições desses interessados foram sendo publicados neste jornal e integram, agora, o dossier que haveria de servir de base à concretização dos referidos encontro, diálogo e conjunto de objetivos.

>Temos de reconhecer que não conseguimos manter o interesse inicial da Presidência da Câmara Municipal de Ílhavo neste processo, e que relativamente à Presidência do Conselho de Administração da Administração do Porto de Aveiro, nunca sequer obtivemos qualquer reação às várias tentativas de a envolver nele – ou "nisto".

>Reconhecemos, também a grande disponibilidade e interesse, quer de Alberto Souto quer das demais entidades – empresariais, corporativas, sindicais e cívicas –, em produzir e disponibilizar reflexões que sublinham o enorme interesse público do respetivo objeto, coisa que, nalguns casos, tem uma sustentabilidade técnica não desprezível.
>Reconhecemos, finalmente, não ter condições para concretizar a segunda fase do processo: juntar as partes e ajudar a que se fixasse o estrategicamente comum.

Concluímos, entretanto, que há ainda um grande caminho a fazer, entre nós, para que autoridades eleitas ou governamentalmente designadas passem a ter em conta os Cidadãos, e as suas organizações, iniciativas ou propostas cívicas, nos processos de decisão típicos de regimes democráticos avançados; ou para que, nalguns casos, simplesmente assumam, para com eles, um modo de relacionamento pelo menos gentil.

3.

Neste quadro, estamos a enviar às Comissões Concelhias dos Partidos com assento nas Assembleias Municipais de Ílhavo e Aveiro o referido dossier, para que lhe deem o destino ou seguimento que considerarem mais conveniente.

>A vós – meus caros concidadãos (e eleitores) – tomamos a liberdade de sublinhar o que segue:

 1.Se nada for feito em benefício da otimização do desempenho da Barra, do Porto e do modo como uma e outro nos ligam ao mundo, haverá empresas que poderão ter de deslocalizar unidades para outras geografias.
 2.Ao que parece, a "Visão Estratégica de Recuperação Social e Económica 20 – 30", agora entregue ao governo para apreciação e posterior "debate publico", defende (preferencialmente) a "ampliação do Porto de Leixões".
 3.A Ria e o Baixo Vouga Lagunar prestam (mesmo mal como estão) inegáveis serviços ao ambiente – do país e do planeta –, e por isso está legalmente previsto que a sua manutenção, conservação e beneficiação sejam um "custo para todos".
 4.Temos razões para admitir que poucos eleitos e respetivos partidos queiram prestar a devida atenção aos casos e temas aqui referidos.
 5.Apelamos, por tudo isso, aos cidadãos, não apenas da Cidade-região de Aveiro, mas também os daquela outra multipolar que tem muitos dos seus interesses aqui localizados, que estejam atentos e se mobilizem em torno do debate e sobretudo de uma tomada de posição conjunta (*1) sobre a evidência que resulta deste trabalho:

"(...) uma boca da Barra que nos ligue ao mundo; "um Porto moderno e eficiente; "uma Ferrovia que o ligue à Europa"; "uma Ria qualificada e sustentável" e "um Baixo Vouga Lagunar aprazível e rentável", tudo isto é, para tudo e para todos nós, indispensável.

Indispensável e, podem crer, muito importante para o nosso presente e decisivo para o nosso futuro.

Nota final

O essencial do conteúdo do referido dossier desta nossa Iniciativa está disponível no nosso Blogue (*2). Para qualquer contributo, reclamação ou esclarecimento podem contactar-nos em «plataformacidades.op@gmail.com».

Era bom que, ao contrário do que por vezes demais já aconteceu, não deixássemos de agora em conjunto reivindicar o que outros, por muito menos, já fizeram e com sucesso (3).

(*1)
Para o que desafiamos uma qualquer das entidades envolvidas neste processo ou dos partidos políticos interessados. Se assim for e se o julgarem conveniente, nós estaremos disponíveis para apoiar e ajudar.
(*2),
(*3)
Nalguns casos infelizmente para todos nós, diga-se em abono da verdade…

Texto da responsabilidade de (*) Pompílio Souto, Coordenador da PLATAFORMAcidades; grupo de reflexão cívica || NOTA: Veja outros textos desta série no Blogue Plataforma Cidades || Contacte-nos: plataformacidades.op@gmail.com