Opinião
[texto publicado no Diário de Aveiro no dia 29jan20]
CALMA!
PLATAFORMAcidades no Diário de Aveiro
Pompílio Souto
(*)
Arquiteto; Urban Designer; ex-Docente Universitário
1)
Está instalado em Aveiro um ambiente de conflitualidade incomum, por
vezes incompreensível e no mínimo indesejável: era bom que todos fizéssemos
alguma coisa para acabar com isso.
Não
quero a "paz podre d'antigamente", mas também não será com desconfianças,
autismos e berrarias que se
identificam problemas e se juntam os meios
para os resolver. O principal dos meios a
juntar são os cidadãos, que somos
todos nós, incluindo os que escolhemos para governar.
Mas
governar não é mandar, e juntar não é claquizar.
Obviamente
que nem todos, quer os mandados e claquizados, quer sobretudo os demais –
os cidadãos (eu incluído) –, fizeram e fazem o que deviam e como se impunha.
Mas – sejamos claros –, isso não é razão para
tanto badanal, tão soprado por quem tem responsabilidade ou de representação ou
de governo. Até parece que há "medos": medo de quem está, e medo de
quem desafia.
2)
Ralha-se p'ra baixo, p´ra cima e até p'ro lado, vejam lá. Quanto a
este último nada direi, mas quanto aos outros espero que prevaleça o bom senso
e a responsabilidade: – É que já enfada.
Não
vale a pena continuar a "cuspir na sopa" sobretudo quando ainda nos
servimos do bom que ela nos trouxe e traz, sempre esquecendo inércias e ónus
que doutros herdámos.
Também
não vale a pena insistir na Cidade de rompantes, obliterando história(s),
planos, projetos e, sobretudo, excluindo quem, sustentadamente, assim não quer
que se faça.
E
menos vale a pena, ainda, julgar que somos capazes de ir a todas –
preferencialmente sozinhos –, e ser sempre bem-sucedidos porque somos geniais,
infalíveis e inesgotáveis.
A história encarregar-se-á de avaliar o que
fizemos, mas a verdade é que há – felizmente – cada vez mais quem não queira
esperar por isso:
. Ou
porque só tardiamente viu alguns dos males que essa espera revelou; ou porque
assume o conhecimento como
socialmente útil e não tutelável, e por tudo isso, quer ser parte na construção
coletiva da cidade, ajudando a torná-la mais resiliente, feliz e sustentável.
E mesmo sabendo-se que outras razões menos
bondosas usam esse interesse
participativo, é isso que se reivindicará e fará, em toda a parte, e aqui também:
desiludam-se os isolacionistas e os iluminados – porque em termos gerais é bom
que assim seja.
2)
Repito-me: Há aspetos em que Aveiro se atrasou - e não foi pouco, nem
só, na Cidadania e na Administração Autárquica…
Sem
reconhecermos isso dificilmente aproveitaremos o bom que temos e o mais que
unidos – no que importa – poderíamos conquistar.
Temo,
"infelizmente", que não precisemos nem de génios nem de salvadores: –
Precisamos de Democratas de Democracias Parlamentares e não de Populistas de
Populismos não escrutináveis.
O Presidente da Câmara Municipal, a Oposição e os Cidadãos têm feito coisas
boas. Mas o ponto é que todos – principalmente quem lidera – têm de fazer
melhor.
. Precisamos
de nos ouvir e de aprender também com outros. Precisamos de saber o que
queremos, organizando-nos por cá e na CE, para agirmos e dar a volta a isto.
Precisamos de reconhecer os erros e (re)fazer o necessário com uma liderança
eleita – mas mais consensualizante e
cientificamente informada – para tão
juntos quanto formos capazes de nos pôr, fazer uma Aveiro melhor.
Sim: Numa próxima
"Opinião" direi de que "processos e concretizações chave"
julgo precisarmos.
Texto da responsabilidade de (*) Pompílio Souto, Coordenador da PLATAFORMAcidades; grupo de reflexão cívica | Veja outros textos desta série no Blogue Plataforma Cidades || Contacte-nos: plataformacidades.op@gmail.com
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