Semana
PEDUCA
a Requalificação da Av.ª
Lourenço Peixinho
pp
Este
é um Projeto apresentado na Semana PEDUCA (*1) – debate de Projetos de
Reabilitação Urbana, em Aveiro – e este é um meu contributo para o
aprofundamento do seu debate público.
1.
O que se apresentou, deste Projeto,
foi muito pouco, muito pobre e nada fundamentado centrando-se exclusivamente no
modo como se repartiria, pelos diferentes utilizadores, o plano de chão do espaço canal
da Avenida. Mostraram-se plantas do referido plano e perfis transversais do dito espaço ("e pronto", como repetidamente se foi rematando
cada "boutade técnica"…)
Ora, este – o espaço canal – é, como todos sabemos, tridimensional e significante
o que remete para contextos – físicos e não físicos, passados e futuros –,
convocando e discutindo as condições e sustentabilidade do residir e comerciar,
bem como de estar ou fruir.
O ambiente – a qualidade da
respetiva imagem; a consideração dos ventos, da insolação e da salubridade –
não são dispensáveis.
2.
O dito espaço canal, além da natureza e vocação próprias que importa
discutir, é constituído e (fortemente) "determinado" pelos planos que o enquadram: o plano de chão,
os planos de fachada e o plano de céu. Acresce que o que se passa e passará,
nas edificações – sobretudo nas
"referente" e "âncora" – que (também) pertencem aos ditos planos de fachada, é obviamente decisivo
para a qualidade e sustentabilidade
do espaço público em causa.
Não perceber isto já nem para
projetar uma "estrada" chega, meus caros; é dar de barato que tudo na
Avenida vai ficar sempre como está e que o plano de chão para a frente do
Centro Comercial Oita ou do Edifício de Habitação contíguo dos CTT possam ser
iguais. " – Minha nossa…!"
Claro que – como propõem os
projetistas – aumentar a permeabilidade transversal da Avenida é bom e
importante, recuperando-a, assim, da grande e alongada rotunda em que
disparatadamente a haviam transformado. É bom, também, propor que se discuta
estabelecer-lhe um princípio e um fim, assumindo isso, ou não, em duas praças amarradas por uns dois alinhamentos
de árvores cujo tipo e espécie se verá mais tarde. Mas não chega.
3.
Entretanto, tendo em conta tudo o
mais, não acredito que agora depois do que já se conhece deste "projeto"
alguém – a Câmara, os Projetistas e sobretudo os Cidadãos – esteja satisfeito
com o que se fez, sendo que eu (presunçoso, dirão alguns) nem descansado fico
com o mais que virá, em projeto de execução, em obras e, finalmente, em
desperdícios e constrangimentos futuros.
Por isso tenho uma sugestão e
algumas questões que me atrevia a propor, para reflexão, coisas às quais
voltarei.
Amanhã, para já, com a
"Qualificação da Rua da Pega".
(*1) http://www.cm-aveiro.pt/www/templates/tabtemplate.aspx?id_class=3509&TM=2408S2591S3436S3509&SelectedTab=46402
Pompílio Souto | 23_semPED aLP
[04abr18]2
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