terça-feira, 19 de agosto de 2008

Educação, Cultura e Formação

– Que respostas em Aveiro?

1)
Em crónica anterior listava um conjunto de casos e de situações que, do meu ponto de vista, precisavam de ser discutidas, uma vez que seriam decisivas para tornar melhor esta cidade: Aveiro.

Uma das questões colocadas era "Como estruturar e viabilizar apostas e programas educativos, culturais e formativos com destinatários tão específicos, diversificados e numerosos quanto o são aqueles que temos".

2)
Suponho que esta é, de facto, uma coisa importante e decisiva para a nossa vida por aqui. Assim sendo, bom seria que outros também assim pensassem e que se dessem ao trabalho de considerar que isso merecia "resposta". Melhor seria, ainda, que, dentre esses, tivéssemos não apenas os Partidos, Candidaturas e Candidatos às Eleições que se avizinham, mas também, as Instituições, Entidades, Associações, Grupos e Cidadãos que (também) decidem, ou vivem, ou que (simplesmente) aceitam, assim dando azo, muitas vezes, a irrelevâncias, inconsequências, desperdícios e, quando não, a "oportunismos".

3)
Para que uma q.q. "resposta" possa fazer sentido, é preciso que se "conheça" e tenha em conta a "especificidade, diversidade e número" dos respectivos destinatários; é preciso, também, que tais respostas –, sejam "transversais", ou seja, que digam respeito – em conjunto (pelo menos e neste caso) –, à "educação", à "cultura" e à "formação"; e é preciso, finalmente, que – para serem úteis –, se diga quanto custam e como serão pagas.

4)
Quanto à indispensabilidade de "conhecimento dos destinatários", sublinhe-se, p.e. que a Região Centro – e não sei bem em que medida Aveiro dentro dela –, é agora, simultaneamente, uma das mais atrasadas do pais, mas aquela onde mais patentes são registadas.

Quanto à necessária "transversalidade das propostas", reconheça-se que precisamos, não apenas de um q.q. "Projecto Educativo" na Escola X, mais de um q.q. Programa no Teatro Aveirense, mais de um q.q. "Currículo na Escola do Centro de Formação Profissional de Aveiro": precisamos que tudo isso tenha a ver com tudo.

Quanto a calcular o "custo-benefício" da coisa; quem paga os respectivos saldos negativos (se ou houver); donde vem – de facto – o dinheirinho e o que é que deixará de se fazer por via disso, é decisivo que "mudemos de rumo" (como diria o militante poeta, tão mal seguido por quem hoje lhe invoca os passos).

5)
Obviamente que desta postura e "chatice" de "estabelecer e avaliar o custo-benefício" seja do que for que seja tido como "direitos", ficam desobrigados, quer o PCP, quer o BE, uma vez que, para o primeiro, quem tudo tem que pagar é o "estado" e para o segundo, quem o deve fazer são os "ricos".



(Crónica publicada no JN Norte, em 16JUL08)

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